Era uma vez

Artur Capano
2 min readNov 10, 2021
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Um mundo em que só existem ilusões. A verdade é ausente.

Nesse mundo, os nascidos morrem duas vezes. Uma antes de nascer, e outra, depois.

Não se conhece o que vem antes. Apenas se sente.

Há uma avenida de pensamentos.

Essa avenida se chama éter.

É possível observar o éter enquanto se medita.

Enquanto não se medita, o éter continua presente, mas não é observável.

O éter não pede licença.

O éter é um convidado intruso.

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O éter não obedece a ninguém.

Por vezes, aleatório.

Outras vezes, sarcástico.

Maleável. Mas resistente.

Sutil. Mas indelicado.

Imprevisível. Mas nem sempre surpreendente.

Indomável. E livre.

Seríamos versões físicas do éter?

Ou apenas canais?

O prazer é a ausência da dor?

Ou a dor é a ausência de prazer?

Felicidade não é prazer.

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Dor é tristeza?

As respostas exigem perguntas.

Perguntas precisam de respostas?

Sentido indica uma direção.

Se algo não tem sentido, então não tem direção?

A direção que indica o sentido?

Direção indica espaço.

Que indica tempo.

Tempo é o espaço acontecendo.

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Se algo não tem direção, então não pode se mover pelo espaço.

Se não se pode se mover, então não estará sujeito ao tempo.

Algo sem sentido e sem direção, portanto, estará fadado a não se mover?

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