Sol e Palavras
Só lê palavras.
Quando o sol nasce, os animais saúdam o sol. Dão boas-vindas ao Deus-Sol.
Cumprimentam a fonte-mor de energia de nosso planeta.
Os animais, como parte do Todo, e, sendo energia, vão de encontro à maior concentração de energia que existe por perto.
Isso é Gratidão. É abençoar a energia e sua energia e ir de encontro ao que você faz parte e é.
É abençoar a energia e sua energia, que você faz parte e é.
É e parte faz você que, energia sua e energia a abençoar é.
Apenas a título de digressão, percebam que não há um termo para definir uma frase que, utilizando as palavras na sequência reversa, ainda mantém sentido.
O mais próximo que existe para isso é palindromia, ou, palíndrome, que consiste em escrever uma palavra ou frase, revertendo a ordem original das letras.
O que, por motivo de classificação de figura semântica, chamarei de palíndromo de palavras ou lexídrome — do grego lexi (palavra) e dromo (ciclo).
Retornando ao escopo principal do texto, o ser humano, até pouco tempo atrás, reverenciava o Astro-Rei, em diversas religiões.
Com o tempo, hoje em dia nem sequer nos damos ao luxo de acordar junto a ele.
Parece que, muito ao contrário do que nós mesmos afirmamos, não somos o animal mais inteligente da Terra, mas, sim, o menos.
Ao manifestarmos o que chamamos de inteligência, afastamo-nos da Natureza.
Os animais não nos entendem porque não precisam. São muito mais evoluídos para entender a nossa linguagem.
Enquanto olhamos os animais através de vidros e gaiolas, acreditando que somos mais inteligentes, a Natureza já está nos olhando desde o nosso nascimento.
Estamos presos em um panopticon de Bentham evoluído.
Nessa versão, existem miragens de prisões nas celas de seus prisioneiros. Há prisões dentro da prisão; os vigias dos vigiados são vigiados. Os prisioneiros têm a sensação de não estarem presos. Podemos chamar de multiopticon.
Para observar, você será observado. Os animais sabem disso.
Nós, esquecemos.